Responsorium: Canticum Ionæ (Jonæ 2, 3-10 – Vulgata) — ad inspirationem Evangelii (Lc 10,25-37)
Responsum
Clamavi de tribulatione mea ad Dominum, et exaudivit me.
Clamei ao Senhor em minha aflição, e Ele me ouviu. (Jn 2,3)
Versus
-
Et projecisti me in profundum in corde maris, et flumen circumdedit me.
Lançaste-me ao profundo, no coração do mar, e as correntezas me cercaram. (Jn 2,4) -
Et ego dixi: Abjectus sum a conspectu oculorum tuorum; verumtamen rursum videbo templum sanctum tuum.
E eu disse: fui expulso de diante de teus olhos; contudo, de novo verei teu santo templo. (Jn 2,5) -
Circumdederunt me aquae usque ad animam; abyssus vallavit me.
As águas me cercaram até a alma, o abismo me envolveu. (Jn 2,6) -
Cum angustia animae meae, Domini recordatus sum, et venit ad te oratio mea.
Quando minha alma desfalecia em mim, lembrei-me do Senhor, e minha oração chegou a ti. (Jn 2,8)
Reflexão:
O clamor de Jonas revela que a vida humana só encontra solidez quando reconhece a ordem invisível que sustenta o ser.
Na travessia do abismo interior, o homem descobre que liberdade não é ausência de limites, mas força de permanecer fiel ao sentido mais alto.
A compaixão que Jesus ensina no Evangelho é a mesma luz que resgatou Jonas: ato de transcendência que dignifica tanto quem dá quanto quem recebe.
Cada gesto justo eleva a alma acima das águas turbulentas da dispersão.
Na escolha de servir, o homem fortalece a si mesmo e constrói a comunidade.
O que parecia ruína transforma-se em fonte de renovação, pois o interior reencontra sua harmonia.
A liberdade verdadeira exige responsabilidade, não por imposição externa, mas como resposta íntima ao chamado do bem.
Assim, a dignidade floresce quando cada ser humano se torna templo vivo da justiça e da misericórdia.
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