Responsorium – Ex Psalmo 79 (Vulgata)
Inspiratum in Evangelium secundum Lucam 10,13-16
Responsum (v. 9)
Adjuva nos, Deus, salutaris noster; et propter gloriam nominis tui, Domine, libera nos: et propitius esto peccatis nostris, propter nomen tuum.
Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação; por causa da glória do teu nome, Senhor, liberta-nos: e sê propício aos nossos pecados, por amor do teu nome. (Sl 79[78]:9)
1
Deus, venerunt gentes in hereditatem tuam; polluerunt templum sanctum tuum; posuerunt Hierusalem in acervos lapidum.
Ó Deus, as nações invadiram a tua herança; profanaram o teu santo templo; fizeram de Jerusalém um monte de ruínas. (Sl 79[78]:1)
2
Dederunt cadavera servorum tuorum escam volatilibus caeli; carnes sanctorum tuorum bestiis terrae.
Deram os cadáveres de teus servos como alimento às aves do céu; a carne dos teus santos às feras da terra. (Sl 79[78]:2).
3
Effuderunt sanguinem eorum tamquam aquam in circuitu Hierusalem; et non erat qui sepeliret.
Derramaram o seu sangue como água ao redor de Jerusalém; e não havia quem lhes desse sepultura. (Sl 79[78]:3).
4
Facti sumus opprobrium vicinis nostris; subsannatio et illusio his qui in circuitu nostro sunt.
Fomos feitos opróbrio aos nossos vizinhos; objeto de escárnio e zombaria para os que nos cercam. (Sl 79[78]:4).
Reflexão:
A profanação do sagrado descreve a alma que se fecha à razão e ao respeito recíproco; a crítica é convite à restauração.
O clamor para auxílio lembra que a liberdade responsável exige estruturas que protejam a dignidade de cada pessoa.
Quando a comunidade se torna ruína, reaparece a necessidade do cuidado mútuo e da ordem que sustenta a vida em comum.
A lembrança dos que foram vítimas exige resposta ética: reparar, proteger e afirmar direitos básicos.
A coragem moral não é espetáculo: é disciplina de viver com coerência e serviço ao próximo.
A verdadeira grandeza nasce da lealdade aos princípios que preservam a esfera de cada indivíduo.
Restaurar a cidade interior implica restabelecer a justiça como ambiente onde a iniciativa pessoal floresce.
Assim, o louvor se converge com o dever: a honra de construir um mundo onde toda vida encontre abrigo e sentido.
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